quarta-feira, março 13, 2019

Recensão crítica sobre o Turismo e as consequências deste no mercado imobiliário em Portugal

Pela segunda vez consecutiva, Portugal foi considerado, na cerimónia dos World Travel Awards, o melhor destino do mundo. Com o aumento significativo de reconhecimento da comunidade internacional sobre as qualidades e potencial do nosso país, as mais variadas cidades - aparte das grandes regiões do Porto, Lisboa e Algarve - têm sentido as consequências (boas e más) do aumento do turismo.
O turismo, ao contrário do que é expectável, não traz apenas consequências boas para as cidades. Com o aumento do turismo, vem, claro está, um aumento do fluxo de circulação de dinheiro, um maior aumento do investimento em certos sectores (hotéis, restaurantes ...) e até mesmo uma melhoria das infraestruturas existentes por parte das câmaras, que se esforçam por demonstrar o melhor que existe nas suas cidades como forma de manter o potencial.
Braga, em modo de exemplo, tem aproveitado muito do facto de ser próxima da região do Porto. Apesar de não muito reconhecida (apenas para os mais conhecedores da história religiosa da cidade), o aumento do fluxo de turismo tem garantido uma maior manutenção do centro histórico, com um esforço extra para aumentar o grau de beleza da cidade com jardins ou decorações elaboradas elucidativas das épocas (Braga atinge o seu expoente máximo de turismo essencialmente na Semana Santa, semana em que é possível assistir a várias procissões e as decorações estão espalhadas por toda a cidade). Para além disso, é possível percecionar que a autarquia local tem feito um esforço por investir em mais eventos culturais, utilizando cada vez mais o Teatro Circo – que durante muito tempo foi pouco utilizado em termos culturais o que empobreceu o centro da cidade e mesmo a cidade em si – e o novo Altice Fórum que, embora tendo pouco tempo, tem sido palco de alguns espetáculos com nomes não só nacionais como internacionais, o que, claro está, chama a atenção até de pessoas internacionalmente para tentarem conhecer a cidade. Com este crescimento, tem-se notado um aumento de restauração e hotelaria, com uma maior preocupação em manter os turistas satisfeitos e com uma oferta bastante vasta, sendo que esta pode passar por sítios mais pequenos e intimistas, com um tom mais elegante e de exigência superior, e sítios que vão da típica comida portuguesa a restaurantes com comidas mais exóticas ou simplesmente de outras nacionalidades.
Ora, com o aumento deste fluxo turístico, todo o pais tem sido afetado em termos de procura e oferta imobiliária, dando-se uma especulação do mercado imobiliário, principalmente na área do arrendamento. Não é preciso ser economista para se entender que a lei da oferta e da procura determinam que, se existe muita procura e pouca oferta, os preços sobem. Se agregarmos a isso o facto de os arrendatários terem a oportunidade de alugar um quarto, ou uma casa, a preços superiores a turistas, por serem taxas diárias ou semanais, percebermos que o mercado para a população que habita nas cidades sai desfavorecido, pois não consegue acompanhar as rendas – muitas vezes absurdas – que se têm praticado por todo o pais. Em cidades como Lisboa, Porto ou mesmo Braga (exemplo utilizado e mais próximo) tem-se encontrado muitas dificuldades em encontrar habitações a preços razoáveis, quer nos centros quer nos arredores, e é necessário alertar para o facto de estas cidades serem também cidades que são polos universitários, tornando muitas das vezes o fardo da habitação demasiado insustentável para as famílias portuguesas.
É necessário assumir que o turismo é desejável para as cidades, mas nunca poderemos esquecer que os níveis de vida dos portugueses não conseguem acompanhar o descalabro económico do mercado habitacional, sendo que o salário mínimo não dá, em cidades como Lisboa por exemplo, quase para pagar um quarto. É necessária a implementação de regras no mercado de alugueres e um maior investimento para a criação de novos polos habitacionais que tornem as cidades sustentáveis para os portugueses que se encontram numa situação que começa a ficar demasiado apertada por verem que não se justificam certas condições. Além disso, a própria banca tem que exigir um maior controlo deste mercado pois não se podem conceder empréstimos habitacionais de casas que se encontram com preços especulativos e que, num futuro próximo, podem ver o seu futuro reduzido para valores nada semelhantes aqueles que hoje em dia têm – correndo o risco de entrarem numa crise grave.
Mede-se assim que Portugal tem lucrado com o aumento de turismo mas os portugueses muitas vezes demonstram certo desagrado pois vêm-se inundados de um turismo que os prejudica em termos de qualidade de vida, começando pelo mercado imobiliário, que não consegue evitar ver o seu peso muito presente nas suas vidas, passando por áreas  como a restauração, em que os preços praticados também eles se tornam muitas vezes não correspondentes à realidade portuguesa.

Bruna Fernandes

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)

1 comentário:

Marie Francois disse...

Parabéns ! tudo bem feito ,este Hotel Fazenda e parecido aAgriturismo da Toscana na Itália , e a mais ! o viajador Veneziano a servicio da Antiga Republica Marinara da Serenissima ,Itália MARCO POLO , quensabe? a sua opinião Sobre o tutrismo de ogi .
No litoral norte de Salvador , não existe so´Praia do Forte , Costa do Sauipe , Guarajuba , existe também um turismo ,para pocas pessoas , que sabe apreciar , intender , e o turismo Rural , para min, a Exelencia esta em Barra do Pojuca ,parece increditavel , ma o lugar e incantador Agro Turismo Fazenda Agua da Prata , o nome e esto , uma natureza rigulhiosa , trilhias , animais da Fazenda , restaurante típico rural Bahiano ,quarto de bom gosto , bem confortável , e Dulcis Em Fundo , o acolhimento , a gentileza ,a grande educação dos propietario Italiano e Brasileiro , esta e a mea dica Mariliú