segunda-feira, março 11, 2019

Turismo de mãos dadas com a economia portuguesa

É com certeza que podemos afirmar que nos últimos tempos o turismo tem sido o setor que mais se tem desenvolvido, e assim contribuído para o crescimento da economia nacional. Este setor é frequentemente visto como um motor de crescimento económico, desenvolvimento regional e um impulsionador do bem-estar das populações. Assim sendo, as receitas provenientes deste setor e os seus efeitos têm sido alvo de um intenso estudo. Para comprovar o que foi dito anteriormente, irei dar como exemplo uma notícia relativamente recente do jornal “Observador”, onde refere que o turismo é o setor com maior contributo para o crescimento do PIB.
Este setor contribui para cerca de 9% do PIB. Imagine-se que na Europa apenas somos ultrapassados pela nossa vizinha Espanha. O que é que isto significa? Significa que o nosso território é muito valorizado e Portugal tem de saber utilizar estes seus recursos, tentando assim obter o maior benefício possível que este setor tem para oferecer. A procura turística está a ter um papel fundamental na recuperação das economias europeias, sobretudo na economia portuguesa. É possível constatar que zonas como Lisboa, Porto e Algarve estão na moda, e que são visitadas por milhares de pessoas anualmente. Cidades como estas são os focos principais e devem estar preparadas para acolher quem faz questão de nos visitar. Nas zonas referidas anteriormente, mas também um pouco por todo o país, o trabalho deste setor tem sido inigualável. Tem sido o motor para áreas como o imobiliário, os transportes e a restauração.
A dinâmica do turismo em Portugal tem permitido mais receitas e a criação de postos de trabalho. Com base em dados do INE, pode-se salientar que a procura turística (consumo por parte de estrangeiros, mas também residentes), subiu para os 26,7 mil milhões de euros em 2017, mais 14,5% face ao ano anterior. Estes números mostram a qualidade do produto turístico que se pratica em Portugal. Prova disso, também, foi o reconhecimento internacional, onde fomos considerados o melhor destino do mundo na 20ª edição dos World Travel Awards, em 2017, sendo esta a primeira vez que um país europeu recebeu esta distinção nos designados “Óscares do turismo”.
Ao falar em turismo, e para se fazer uma correta análise do mesmo, numa visão mais económica, é necessário ter em conta 3 pontos de vista. O ponto de vista do lado da procura (por exemplo, quem viaja, quem pratica o turismo), pelo lado da oferta (onde estão inseridas as empresas, os transportes, o alojamento), e ainda ter em conta o destino (uma vez que a atividade turística causa impactes económicos, sociais e culturais sobre o local escolhido).
O turista é a figura central no estudo do turismo porque é este quem toma a decisão de viajar, escolhe o destino e efetua as despesas do consumo turístico, gerando assim impacte sobre a região de destino.  Por outro lado, as caraterísticas físicas, culturais e estruturais da região de destino têm um papel fundamental na atração de turistas, bem como o tipo de oferta turística disponível.
O mercado turístico é um mercado atípico porque não vende um produto específico, mas dá o direito ao usufruto de um bem ou serviço num local diferente do de residência. As regiões Portuguesas, para serem mais competitivas em matéria de turismo, deverão apostar na diversificação do seu produto, aproveitando os seus recursos naturais e histórico/culturais. Todavia, o Estado deve publicitar mais as suas regiões como destinos de férias, a nível internacional, e não limitar a sua oferta apenas ao Algarve, bem como continuar a investir em infraestruturas físicas, nomeadamente, meios de comunicação, espaços de lazer e de cultura, com o intuito de tornar o país mais atrativo para a prática de turismo.
Andamos então de mãos dadas com o turismo. Portugal necessita deste setor para equilibrar as suas contas. Neste momento, é o seu maior aliado. Temos um trunfo na mão e cabe aos nossos responsáveis máximos saber lidar com isso e manter este parceiro. É uma parceria tão forte que desde os períodos de recessão o turismo nunca nos abandonou e embora sofrendo algumas quebras consegue sempre puxar-nos para cima.
Sim, o turismo também traz alguns aspetos negativos. Sim, talvez com o aumento do turismo, por norma, os preços de bens de consumo ou de habitação subam, contudo, são muito mais as vantagens do que as desvantagens. É a minha opinião. Se não quisermos aproveitar o turismo, vamos aproveitar o quê? Neste momento, parece-me a nossa melhor alternativa e os resultados estão à vista de todos. Basta pesquisar “Impacto do turismo em Portugal”, e os primeiros tópicos que encontramos é do género: “Impacto no PIB pode chegar aos 16%...”. Por isso, não há que reclamar, há sim que estudar e trabalhar formas de dinamizar ainda mais este setor. Contra factos não existem argumentos. Devemos muito a quem nos visita, quer se goste ou não.

Bruno Pereira

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)

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