sábado, abril 27, 2019

Indicadores de sucesso do turismo no espaço rural na Serra da Estrela

No mundo atual, onde cada vez mais se verificam grandes movimentações demográficas na procura de melhores condições de vida, como a litoralização, em contrapartida, as regiões do interior sofrem de fenómenos contrários, como o abandono e desertificação. Face a isto, estas mesmas regiões tentam contrariar a situação apostando na divulgação das suas potencialidades, atraindo turismo através dos seus pontos fortes, com práticas de gestão atentas às necessidades dos turistas.
No caso da serra da estrela, o fator de localização é importantíssimo, na minha opinião. Isto porque a “Serra da Estrela” abrange 15 concelhos no interior de Portugal Continental, como Gouveia, Seia, Manteigas, Covilhã, entre outros, o que permite aos turistas conheceram uma vasta região com diversas tradições e costumes.
As movimentações demográficas, desde sempre na procura de melhores condições de vida, vêm provocar profundas reformas na distribuição da população em Portugal. Posto isto, nota-se que o interior se encontra cada vez mais deserto e inabitado, onde, em certos casos, apenas pessoas idosas continuam a residir. Consequentemente, encontramos a sobrepopulação e sobrelotação no litoral, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas de lisboa e Porto. Já Orlando Ribeiro afirmava “que os espaços rurais (por oposição aos urbanos), apesar de entendidos como pouco desenvolvidos e onde não é apetecível viver o “dia-a-dia”, são ideais para restabelecer o corpo e a mente, criando tendências de revalorização daqueles espaços e formando-se a ideia de que o turismo poderá contribuir para a sua revitalização”.
Ao nível político e institucional, a valorização e propagação dos espaços rurais em Portugal só iria ser reconhecida em 1983, quando se considerou o turismo rural como sendo de utilidade pública. No entanto, apenas depois da adesão do país à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1986, e com a adoção das políticas comunitárias, é que esse tipo de turismo foi impulsionado. Foi entendido (por alguns) como a forma mais fácil de combater os problemas relacionados, de forma indireta ou direta, como o êxodo rural, ou seja, resolver problemas de abandono dos espaços e de falta de meios para apoiar as atividades aí desenvolvidas, como a agricultura e/ou criação de gado. O papel do Estado foi sentido sobretudo no incentivo à criação de oferta de unidades de turismo rural, em particular de alojamentos turísticos.
A região da Serra de Estrela, e Portugal continental, no seu todo, são território caraterizados pela diversidade paisagística e naturais. Contudo, e referindo-me à região da Serra da Estrela, esta apresenta aspetos negativos, como fragilidades a nível económico. Sendo assim, na minha opinião, o património rural, quer ele seja material ou imaterial, constitui o principal recurso sofre o qual assenta a oferta turística dos territórios rurais, complementada por serviços correspondentes de alojamentos, restauração, animação e lazer.
À semelhança do que acontece com outras áreas de natureza rural, o turismo representa para a Serra da Estrela um fator estratégico e determinante para o crescimento da economia e promoção do bem-estar social. A sua evolução, contínua e dinâmica, com implicações diretas nas comunidades e no território, exigem uma abordagem cada vez mais cuidada e capaz de promover o seu crescimento de forma sustentável, quer a nível socioeconómico, quer ambiental.
Concluindo, nota-se que o turismo apresenta ser uma atividade que demonstra potencialidades para erguer uma região no interior de Portugal, nesse caso, a Serra da Estrela, por ser uma atividade de divulgação das regiões, sem apresentar custos adicionais, para além de apresentar um acréscimo no bem-estar social da população daquela região.

Nuno J. A. Costa

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)

Sem comentários: