sábado, abril 27, 2019

Rock Nordeste: O melhor da Música está a Nordeste

O Rock Nordeste existe desde a década de 90, no entanto, no formato que o conhecemos atualmente, apenas existe desde o ano de 2013, altura em que o atual Presidente da Câmara Municipal de Vila Real (Rui Santos) assumiu pela primeira vez o cargo. Rui Santos trouxe consigo a mudança tão esperada no formato, pois primeiramente o Rock Nordeste baseava-se num concurso de bandas de garagem num recinto fechado e, francamente, com uma adesão que deixava a desejar. No entanto, o povo e os apreciadores de rock fizeram-se ouvir e exigiram que o evento se engrandecesse e tivesse o devido e merecido destaque. Rui Santos e a sua equipa viram então aqui uma oportunidade de expandir, reformular e melhorar o evento, fazendo com que, para além do público ficar satisfeito, o nome da cidade fosse falado e escrito em vários jornais e tabloides a nível regional e nacional.                
Assim, atualmente, o Rock Nordeste é caraterizado por 2 dias de música sem data fixa, podendo variar entre junho e julho, com artistas alternativos, e não exclusivamente de rock. O evento decorre ao ar livre, naquele que é considerado o maior pulmão do centro da cidade, o Parque do Corgo. É um festival de entrada gratuita, em que a proximidade aos artistas é uma caraterística fulcral e diferenciadora do festival.
Uma vez que é gratuito, ocorre em dias quentes, junto ao rio, com relva e possibilidade de acampar, o festival atrai o público vila-realense mas também público das cidades nos arredores que veem no Rock Nordeste a possibilidade de juntar os amigos num festival de verão alternativo, com um ambiente familiar e acolhedor. Nomes como Capicua, Conan Osiris, Black Mamba, Bonga, Capitão Fausto, Slow J são exemplos de artistas que já pisaram o palco do Rock Nordeste. A maior enchente de sempre foi registada no ano passado, 2018, com cerca de 8000 pessoas a passar pelo recinto.
Face ao cada vez maior reconhecimento do Rock Nordeste, as unidades hoteleiras da cidade ficam lotadas nos dias do festival. Há mais movimento nas ruas, mais posts nas redes sociais, mais brindes madrugada fora, mais convívio, mais música. Como dizia a Dina, “há sempre música entre nós”, e enquanto assim for a música será sempre um fio invisível capaz de unir gerações, amigos e colegas de trabalho, será sempre uma boa oportunidade de descontração e reencontros, será sempre impulsionadora do turismo local, pois com boa música vivem-se grandes momentos e quando assim é há tendência para repetir.                         
As expectativas de crescimento do evento são elevadas e isso faz pensar até quando é que este será gratuito e até que ponto este fator pode vir a influenciar a adesão ao mesmo. No entanto, é sabido pelo público em geral que, uma vez que a organização está a cabo da CMVR e que os retornos a nível turístico e regional têm sido avultados, esta não tem interesse, para já, em colocar um preço de bilheteira para o festival. Resta-nos aguardar o desenrolar das coisas, no espaço temporal necessário, e averiguar o que é melhor para o público bem como para a cidade em si.
        Ficamos, porém, com a certeza que tal como diz o mote do festival, o Melhor da Música está a Nordeste, e enquanto assim for o Rock Nordeste vai continuar a crescer, a ganhar reconhecimento e a trazer cada vez mais gentes vindas de outros pontos do país a Vila Real. Vila Real ganha música mas ganha também vida. As gentes vindas aproveitam e passeiam, conhecem as tradições e a cultura, conhecem a gastronomia, compram recordações para consigo levar na viagem de regresso a casa. Mas, sem dúvida, que a melhor recordação é a vivência e o ambiente, o cheiro a relva e a rio, o som do palco mas também dos pássaros, o conforto do casaco após uma brisa do rio, os brindes e os amigos.
         Que o melhor da música continue a Nordeste e que o melhor da vida possa sempre ser encontrado em Vila Real.

Inês Monteiro

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2018/2019)

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